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Annelise Castelli

Theo Jansen. O cara que literalmente conectou a engenharia com a arte.

Nesta série, estamos em busca de pessoas criativas, com uma pegada contemporânea e que de alguma forma, estão provocando um “UOU, que legal!” na gente. São artistas e designers que nos inspiram para a Inovação.


Hoje o dia é de Theo Jansen.


Um cara que literalmente conectou a engenharia com arte.


Considerado um renomado artista cinético, Theo nasceu na pequena cidade holandesa de Sheveningen e cursou física na Universidade de Tecnologia de Delft.


Seu projeto-obra mais famosa sãs as Strandbeest (ou Beach Beast, as “criaturas da areia”).


De grandes dimensões, as criaturas começaram ganhar vida na década de 90 e foram evoluindo ao longo dos anos, com muitos, muitos estudos sobre o movimento.


Elas se assemelham a animais, a insetos e alguns a esqueletos pré-históricos capazes de caminhar sozinhos pela força do vento. Suas últimas invenções já foram consideradas como um tipo de inteligência artificial, pois respondem a obstáculos e mudam de curso quando necessário. O interessante, porém, é que são totalmente desprovidas de qualquer dispositivo tecnológico. Estamos falando basicamente de tubos de PVC, braçadeiras plásticas, tecidos e eventualmente garrafas pet.


A originalidade dessas criaturas autônomas é baseada no que Jansen chama de Legsystem, um mecanismo de conexões em que as pernas e a espinha dorsal juntas realizam um específico movimento circular, que permitem que a criatura caminhe de forma linear. Baseado em um sistema de triângulos e elos que convertem a rotação de um eixo em um movimento de seis ou mais pernas.


A mágica se dá pela proporção das dimensões dos tubos para que cada articulação mantenha essa trajetória circular. Essa proporção é dada por um algoritmo criado em 1990, baseado em 13 números. O que mais tarde seria visto como o “código genético da criatura”.


Tem que assistir e ouvir para entender a grandiosidade de suas ideias. Segundo Jansen os sons provocados pelo ranger das juntas somado ao vento, são um espetáculo à parte. Um espetáculo que antes da pandemia, podia ser visto em sessões ao público, que Jansen organizava nas praias de Sheveningen.


Me sinto particularmente privilegiada pois em março de 2019 pude ver a exposição Dream Beast no Museu Nacional da Ciência e da Tecnologia em Milão. Inesquecível. Claro, teria sido mais impressionante vê-las na praia, mas foi igualmente incrível. Para se ter uma ideia da repercussão, na Itália foi considerado como o Moderno Leonardo da Vinci!


 


“As paredes entre arte e engenharia existem apenas em nossas mentes”.

Vamos nos lembrar disso e retirar as paredes.



**Ah, só lembrando. Falamos de arte porque é uma fonte riquíssima de inspiração para produtos, marcas, insights, linguagens. Além de ser uma antena potente do que acontece no mundo.


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