Fazia tempo que não falava de arte por aqui. Deu saudade.
Como já disse em outras ocasiões, falamos de arte porque é uma fonte riquíssima de inspiração para produtos, marcas, insights, linguagens. Além de ser uma antena potente do que acontece no mundo.
Hoje trago Mariko Kusumoto.
{Série CoolDesigner/Artist}.
Um trabalho minucioso e original, de uma sensibilidade ímpar, que resgata sutilmente elementos da tradição japonesa.
Mariko Kusumoto é de Kyushu, uma pequena ilha do Japão. Formou-se na Academy of Art de São Francisco e atualmente está radicada em Lexington, Massachusetts, nos EUA.
O começo de sua trajetória foi marcado pelo uso do metal e de representações que contavam histórias, por meio de figuras que se moviam dentro de pequenos e intrigantes teatros mecânicos.
Mas foi com a experimentação sobre tecidos que encontrou o seu lugar, e conseguiu criar algo com muita personalidade. Utilizando uma combinação da tradicional técnica Tsumami-zaiku, que utiliza pequenos pedaços quadrados de tecido que são apertados e dobrados com uma pinça) com outras em que tecidos sintéticos são moldados e com o uso do calor, adquirem formas tridimensionais.
Para Mariko, o tipo do tecido chama pela sua forma e diz qual a história que deve ser contada. Inspirada na natureza, criou uma atmosfera etérea, por vezes, surreal. A referência ao mundo marinho é de identificação imediata. Suas anêmonas, corais e medusas são trabalhados com transparências, efeitos translúcidos, camadas e minúsculas pregas. Com tonalidades e matizes suaves que se transformam em intrincadas esculturas.
Seu trabalho mistura o mais puro artesanato, com a arte e o design. Conseguiu transformar sua obra em produtos carregados de significado. Aqueles que a gente cuida e guarda com carinho, por gerações.
São brincos, anéis, colares e broches que chamaram a atenção de Jean Paul Gaultier, que a convidou para desenvolver peças para seu desfile de Alta Costura / Primavera Verão de 2019. Dos 63 looks, 18 tiveram a participação de Mariko. Seu tema conectava-se com a artista: o Japão e o mundo náutico. Dessa coleção, um look especial foi parar no acervo permanente do Museum of Fine Arts de Boston.
Para ela, o processo criativo tem momentos únicos.
“Quase metade do meu tempo criativo é gasto com experimentação. Durante esse processo, existem momentos únicos, de tirar o fôlego. Então, eu presto atenção a essas descobertas acidentais, capturo esses momentos e desenvolvo ideias a partir desse ponto”.
Extraordinário e sensível ao mesmo tempo.
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